25.8.09

Primeiro passo para ao ativismo


Peço licença aos meus companheiros cartuntivistas para publicar esse texto que é extremamente pessoal. Hoje me fizeram inúmeras perguntas a respeito de meu posicionamento. Encaminhei esse texto que escrevi ano passado.


É certo que cada um nasceu para lutar por uma causa. Uns escolhem causas sociais, humanitárias, políticas, outros lutam sem escolha por sobrevivência, mas é certo que há de se lutar sempre. Eu escolhi a causa animal (é claro que a sobrevivência não conta, por não ser optativo). Da minha forma, da maneira com a qual eu posso no momento, mas ainda assim tento a noção de que muito mais poderia ser feito.Sou vegetariana a um bom tempo, e de fato, não sou chata nesse aspecto. Não estou fechada a discussão com onívoros, não gosto de extremismo. Estive em um ponto em que apenas não comer carne me bastava, já era minha crítica, com as respostas prontas a todo e qualquer questionamento, se alguma pessoa se interessasse em ouvir os meus motivos, era com prazer que falava, mas com o decorrer do tempo passei a sentir no âmago que era pouco.Vivo atualmente em Campinas, uma cidade que é de fato grande, mas a zona rural intercala a urbália instalada e foi caminhando da minha casa até o campus 2 da Puc que cai na real. São 10 minutos de caminhada, e pelo percurso eu vejo galinhas com seus pintinhos, cães e gatos, vacas, cavalos... vários animais comuns e incomuns aos grandes centros urbanos. Olho sempre as vaquinhas (um dos animais dentre aos quais acho mais bonitos), vê-las comendo a parte da grama que o lixo não cobria, me fez lembrar quando parei de comer carne, e de fato foi uma sensação boa, mas ao ver um coelho atropelado, assim como tantos outros animais que tenho visto, me ocorreu um ‘baque’, e foi então que percebi que a abolição da exploração animal não acaba só quando eu fecho minha boca.Continuo não sendo chata, não imponho a ninguém minhas opções, mas desde o ocorrido tento passar mais informações para as pessoas e de um simples ‘ não obrigado, eu não como carne’, que um grosseiro ‘ tira esse cadáver de perto de mim’, algumas pessoas se interessaram no assunto, e esse é o primeiro passo. Gasto minha cota de impressão da faculdade com material sobre vegetarianismo e exploração animal em geral e entrego a quem se dispõe a ler, pois muitas dessas pessoas, assim como eu no início, ignoram muitas das práticas abomináveis contra animais. A Internet é outra das minhas grandes aliadas, assim como em eventos, a panfletagem. Mas ainda acho que poderia fazer mais. Gostaria de ser ativista de fato. Lutar contra as grandes corporações fazê-las mudar posturas e sinto falta de poder participar de algo maior.Minha colaboração a essa causa é, sim, pequena, mas passos são dados um de cada vez. O primeiro foi dado há bastante tempo: quando parei para assistir a um dvd e me comovi. Os demais continuam sendo dados, dia-após-dia, sem extremismo, da forma como eu penso ser a correta.Este texto é extremamente pessoal, há inúmeras formas para se iniciar o ativismo. O que importa de fato é que se sinta a necessidade de fazer algo a mais que apenas não comer carne. Boicote à empresas que, na atual onda verde, produzem produtos de origem vegetal mas ao mesmo tempo continuam com o assassinato de milhares de vidas é outra forma de início. De qualquer forma, informação é sempre o requisito essencial para qualquer tipo de luta!
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