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Como você prefere seu bife: natural ou feito em laboratório?
Sim, a técnica para fazer carne no tubo de ensaio existe: os cientistas cultivam mioblastos, um tipo de célula que regenera partes danificadas dos músculos, numa solução nutritiva. E esperam até que a maçaroca vire um pedaço de carne. "Normalmente, essas células entram em ação quando o músculo fica prejudicado por causa do excesso de atividade física. Mas, isoladas e alimentadas, elas crescem e se tornam tecidos musculares bem desenvolvidos", diz o bioengenheiro americano Morris Benjaminson, da Universidade Touro, em Nova York.
Morris repetiu o experimento com células de peixinhos dourados. E conseguiu fazer com que um pedaço de músculo crescesse 16% e ficasse com 2 centímetros de comprimento. "A tecnologia já existe. Se você quisesse hoje um hambúrguer cultivado artificialmente, poderíamos fornecer", diz Jason Matheny, pesquisador de políticas agrícolas da Universidade de Maryland (EUA). "O problema é que sairia caro. Uns US$ 5 milhões." O preço tende a cair com o tempo, mas há também outro problema: como o processo de crescimento muscular não é totalmente conhecido, ninguém sabe ainda como criar um bife completo, com vasos sanguíneos e gordura.
O mais provável é que, muito antes de comermos picanha artificial, tenhamos carne processada – lingüiças, hambúrgueres e nuggets de laboratório. A maior vantagem é clara: diminuir a quantidade de animais de criação no planeta – o metano que o sistema digestivo deles produz é um dos responsáveis pelo aquecimento global. E hoje há 40 bilhões desses bichos no mundo. Como disse o primeiro-ministro britânico Winston Churchill em 1932: "Ainda vamos escapar do absurdo de criar uma galinha inteira só para comer o peito ou a asa. Poderemos criar só as partes que interessam."
Eu continuo achando que comer carne é meio nojento, seja ela de laboratório ou de ficção científica, a verdade é que sua textura não me causa mais nenhum deslumbre, mas e você o que acha disso?
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Vários produtos que compramos no supermercado são de uma marca, mas vocês conhecem a EMPRESA, o GRUPO que o fabrica?
Aí vão alguns exemplos:
Os produtos da marca Swift (ervilha, milho, catchup) são da Friboi. Para os que não sabem, o Friboi é o maior abatedouro do país, e não quero nem saber quantos animais abate por dia. A Minuano, fabricante de diversos produtos de limpeza (amaciantes, sabão em pó, etc) não utiliza animais em testes, mas é da Friboi também.
Para os vegans, o creme vegetal Becell e o leite de soja da Ades são da Unilever. Essa empresa é uma das maiores corporações do mundo, e mensalmente tem comprado empresas menores. Para piorar, a Unilever é uma das empresas de produtos de higiene e limpeza mais cruéis em relação aos testes em animais.
Há anos várias entidades de proteção animal de todo o mundo têm lutado incessantemente para que ela cesse seus testes, não obetendo resultado algum. Portanto, se você é vegan para não contribuir com o sofrimento e a morte de animais inocentes, não compre Becel nem Ades.
A Bunge produz a margarina Primor, Delicia, o creme vegetal Soya, o leite de soja Ciclus, o óleo Salada e é a maior produtora brasileira de proteína texturizada de soja. A Cargill, produz praticamente todos os óleos que se acha nos supermercados: Liza, Mazzola, Purilev, Veleiro, Azeite Gallo e La Espanola, e a maionese Gourmet.
O que a Bunge e Cargill têm em comum?
São donas de uma área GIGANTESCA da Floresta Amazônica.
Essa área foi totalmente desmatada para a plantação de soja - e grande parte dessa soja será utilizada para ALIMENTAÇÃO DE GADO DE CORTE.
E o pior: as duas empresas estão comprando mais e mais áreas de floresta nativa da Amazônia. Com o desmatamento, o número de espécies de animais que são aniquilados é assustador. Pássaros, mamíferos, e insetos, muitas espécies ainda desconhecidas pelo homem, simplesmente destruídas pelo desmatamento financiado por essas empresas.
A Gillete havia cessado o uso de animais em seus testes, mas recentemente foi comprada pela Procter & Gamble, a "parceira" da Unilever, em se tratando de testes com animais.
O creme vegetal Deline é da Sadia. Dessa empresa nem preciso comentar nada...E isso é apenas uma amostra de algumas empresas...
É um alerta às pessoas que pretendem tirar a crueldade da sua lista de compras, optando por uma vida sem culpa, e sempre pensando no bem-estar dos animais.
Para mim, o boicote - e a posterior informação às empresas que serão boicotadas - é uma das melhores formas de manifestar nossa indignação e desprezo por essas empresas que contribuem para a exploração animal.
Não estou pedindo para pararem de consumir produtos dessas empresas. A escolha está nas suas mãos e só depende de você. Mas cada vez que você vai ao supermercado e coloca um produto dessas empresas em seu carrinho de compras, você está entregando seu dinheiro à elas, para que continuem com essa cruel exploração da vida dos animais.
Lembrem-se: Vocês podem escolher, os animais não.
Fonte: www.institutoninarosa.org.br
© Tradução: Regina Rheda © Ediciones Ánima
Texto pertencente ao blog pessoal de Gary Francione
2 de maio de 2007
Vários leitores vêm me pedindo para escrever algo que eles possam baixar no computador e usar como uma resposta curta àqueles defensores dos animais que promovem a abordagem bem-estarista e que não entendem por que tal abordagem não é coerente com a posição direitos/abolição.
Espero que isto seja útil.
Há pelo menos quatro problemas com a abordagem bem-estarista da ética animal.
Primeiro, as medidas do bem-estar animal oferecem pouca — se é que oferecem alguma — proteção significativa aos interesses dos animais. Por exemplo, a People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) realizou uma campanha para fazer o McDonald’s e outras cadeias de comida rápida adotarem os métodos de manejo e abate de Temple Granind. Mas um matadouro que segue as diretrizes de Grandin e um que não as segue são, ambos, lugares horríveis. Afirmar o contrário beira o delírio.
Vários grupos de defesa animal estão fazendo uma campanha por alternativas às celas de gestação para porcas. Mas um exame mais detalhado mostra que essas medidas, que envolvem campanhas muito dispendiosas, na verdade não resultam em grande coisa, porque há brechas consideráveis que permitem aos exploradores institucionais fazerem o que quiserem, de qualquer forma. Eu escrevi um ensaio neste blog, Um "triunfo" do bem-estar animal?, sobre a campanha pelas celas de gestação na Flórida, que ilustra os limites de tais reformas.
O mesmo pode ser dito sobre a maioria das “melhoras” do bem-estar animal. Elas podem fazer com que nos sintamos melhor, mas fazem pouquíssimo pelos animais.
Segundo, as medidas do bem-estar animal fazem o público se sentir melhor quanto à exploração dos não-humanos, e isso incentiva a continuação do uso dos animais. De fato, está claro que as pessoas que evitavam alimentos de origem animal por se preocuparem com o tratamento dado aos não-humanos estão, agora, voltando a comê-los, depois que organizações do bem-estar animal lhes disseram que os animais estão sendo tratados mais “humanitariamente”. Eu discuto esta questão no meu ensaio Carne/Produtos Animais "Felizes" deste blog.
A ironia é que reformas bem-estaristas podem, na realidade, aumentar o sofrimento animal. Suponha que estejamos explorando 5 animais e impondo, a cada um deles, 10 unidades de sofrimento. É um total de 50 unidades de sofrimento. Uma medida do bem-estar resulta numa redução de 1 unidade de sofrimento para cada animal, mas o consumo sobe para 6 animais. É um total de 54 unidades de sofrimento — um aumento do saldo de sofrimento. Não há nenhuma dúvida de que esse fenômeno ocorre. Por exemplo, na Europa,o consumo da vitella aumentou como resultado da regulamentação referente ao confinamento de bezerros criados para vitela.
Terceiro, o bem-estar animal não faz nada para erradicar a condição de propriedade dos animais. Os padrões do bem-estar animal geralmente estão ligados àquilo que se requer para que os animais sejam explorados de uma maneira eficiente. Ou seja, o bem-estar animal geralmente protege os interesses dos animais somente dentro da medida em que isto oferece benefícios econômicos aos humanos. Isso reforça, explicitamente, a condição dos não-humanos como mercadorias, como propriedade.
Por exemplo, a Humane Society of the United States (HSUS) promove reformas bem-estaristas baseada, explicitamente, nos benefícios econômicos resultantes do uso mais eficiente dos animais como mercadorias. Dê uma olhada no relatório da HSUS sobre os aspectos econômicos da adoção de sistemas de produção alternativos às celas de gestação, que argumenta que as alternativas às celas vão aumentar a produtividade e os lucros do produtor; ou no relatório da HSUS sobre os aspectos econômicos da adoção de práticas de produção alternativas ao abate de aves com atordoamento elétrico, o qual argumenta que o abate com gás “resulta em economia de custos e aumento de renda, ao reduzir os prejuízos à carcaça, a contaminação e os custos de refrigeração; ao aumentar o rendimento da carne, sua qualidade e sua durabilidade nos pontos de venda; e ao melhorar as condições de trabalho".
Essa abordagem não está restrita aos grupos bem-estaristas tradicionais como a HSUS. Os grupos neobem-estaristas (ou novos bem-estaristas),como a PETA, também a adotaram. Na análise do abate com atmosfera controlada vs. imobilização elétrica sob o ponto de vista econômico, a PETA argumenta a favor do abate com gás, ou “abate com atmosfera controlada (CAK)” das aves, alegando que o método do atordoamento elétrico “rebaixa a qualidade e o rendimento do produto” porque as aves sofrem fratura dos ossos e o processo resulta em uma contaminação perigosa para a saúde humana. O método do atordoamento elétrico também “aumenta os custos empregatícios” em vários aspectos. A PETA sustenta que o “CAK aumenta a qualidade e o rendimento do produto" porque a quebra de ossos, os hematomas e as hemorragias são supostamente evitados, a contaminação é reduzida, a “durabilidade nos pontos de venda” aumenta e são produzidos “peitos mais macios de frango”. A PETA também afirma que o “CAK baixa os custos empregatícios” ao reduzir a necessidade de certas inspeções, ao reduzir acidentes e ao diminuir a rotatividade de trabalhadores. O CAK proporciona “outros benefícios econômicos” à indústria avícola ao possibilitar que os produtores poupem gastos com custos energéticos, e ao reduzir o desperdício de subprodutos e a necessidade de usar água.
Em outras palavras, a HSUS, a PETA e outros tornaram-se, efetivamente, conselheiros da indústria da carne, ajudando-a a identificar formas de aumentar os lucros obtidos com a exploração animal. Mesmo se isso resultar em pequenas melhoras para o bem-estar animal, não faz absolutamente nada para desafiar o paradigma de propriedade. Na realidade, reforça a condição dos animais de meras mercadorias. E faz as pessoas se sentirem melhor quanto à exploração animal.
Quarto: Todo segundo e todo centavo gastos em tornar a exploração mais “humanitária” são menos dinheiro e menos tempo gastos em educação vegana para a abolição. Pense nisto da seguinte forma:
Suponha que, amanhã, você tenha duas horas para gastar em questões animais. Você pode escolher. Pode distribuir impressos tentando convencer as pessoas a comer ovos de galinhas “livres de gaiolas”, ou pode distribuir impressos tentando convencer as pessoas a não comer ovos em absoluto porque ovos de galinhas “livres de gaiolas” também envolvem sofrimento excruciante e morte. Você não pode fazer as duas coisas e, mesmo que pudesse, suas mensagens seriam contraditórias e irremediavelmente desorientadoras.
Educar as pessoas sobre o veganismo é um modo muito mais efetivo de reduzir o sofrimento a curto prazo e de construir um movimento abolicionista capaz de promover e sustentar uma mudança significativa no futuro. O bem-estar animal continua a tratar os animais como mercadorias. E a reforma bem-estarista não proporciona uma proteção significativa aos interesses dos animais, faz o público se sentir melhor quanto à exploração, pode na verdade aumentar o saldo de sofrimento, e desvia recursos da educação vegana/abolicionista.
Quanto antes as pessoas enxergarem que os grupos neobem-estaristas não têm nada a ver com uma perspectiva abolicionista, melhor ficaremos. Os neobem-estaristas tornaram-se parceiros dos exploradores institucionais para vender produtos animais. Não é nada menos que obsceno o fato de os neobem-estaristas estarem desenvolvendo selos, como o Certified Humane Raised and Handled [certificação de criação e manuseio humanitários], o Freedom FoodAnimal Compassionate [compassivo para com os animais], para ajudar os exploradores institucionais a comercializar cadáveres e outros produtos animais. Esses esforços não têm nada a ver com a abordagem dos direitos animais ou abolicionista. Na verdade, isso se trata exatamente daquilo a que o movimento abolicionista se opõe.
Sim, é “melhor”, em um sentido, não torturar alguém que você assassina. Mas isso não torna “compassivo” um assassinato sem tortura. É “melhor” não bater em alguém que você estupra. Mas isso não torna “humanitário” o estupro sem espancamento. O movimento do bem-estar animal apóia a noção de que uma exploração mais “humanitária” é uma exploração moralmente aceitável. Essa não é a abordagem abolicionista.
......
Skinned alive
Its not a bad dream
It happens in real life
They tear off our skin
while we are still alive
why do they take
our souls away
for coats to wear
on winter days ?