Hoje em dia a proteção animal virou um modismo. Muita gente acha bacana dizer que é “Protetor de Animais”, mas o que exatamente ser um “Protetor de Animais”?
Para começar gostaria de esclarecer que proteger animais não é chamar uma ONG ou ligar para um protetor independente quando um animal está sendo mal tratado. Proteger animais também não é ficar no computador apenas repassando pedidos de ajuda, nem se sentir no direito de exigir e cobrar que pessoas ligadas a causa façam o que você considera certo fazer. Estas são apenas formas de divulgar ações e necessidades ligadas a causa, e não a proteção em sua essência.
Em primeiro lugar é importante saber que protetores de animais são pessoas iguais a você, eles trabalham, estudam, possuem família, filhos, quintal pequeno, moram em apartamento em alguns casos, mas decidiram arregaçar as mangas e fazer a diferença. Um dia desses eu ouvi que “ser protetor de animais é um apostolado”, e isso significa você dedicar sua vida, seu tempo e seu dinheiro a uma causa que muito provavelmente “nunca” lhe trará nenhum retorno material. Consiste também em mudar seus hábitos alimentares (parar de consumir carne), hábitos de diversão (rodeios, vaquejadas, touradas, feiras de exposição, de exploração, de competição, etc.), hábitos de consumo (roupas de origem animal como casacos de pele, etc.), hábitos em geral.
O “protetor de animais” muda sua visão em relação a vida, passa a respeitar toda forma de vida, passa a lutar pela defesa dos direitos dos animais, pela castração, pela adoção, por leis mais rígidas e que os defendam, pela conscientizaçã
Ninguém muda estes hábitos facilmente, nenhuma pessoa que conheço amanheceu e disse: a partir de hoje sou um protetor de animais e vou deixar de fazer tudo o que fiz a minha vida inteira. A vontade de ajudar nos impulsiona a levantar e ir, com o tempo criamos cada vez mais a consciência em relação aos assuntos relacionados à causa, nossos hábitos são mudados aos poucos e gradativamente. É uma luta pessoal contra nós mesmo, e em alguns casos, contra nossos familiares que não conseguem entender e aceitar essa mudança.
Ser um “protetor de animais” é ter responsabilidade social de maneira totalmente independente da caridade. Promover a conscientizaçã
Os defensores dos animais devem ser felizes com sua bandeira, devem se orgulhar do que fazem. Se defender animais te trouxer algum tipo de angústia, talvez seja a hora de repensar e mudar de causa. Os animais precisam de pessoas sensatas, que estejam sempre empenhadas em aprender, que estejam dispostas a tentar mudar o mundo, mas se conseguirem mudar apenas a pessoa que está ao seu lado, já fizeram muito mais do que 99% da população. Os animais não podem se defender, eles só têm a nós, seres humanos, para defendê-los, e exatamente por isso temos que nos manter equilibrados para fazê-lo, e fazer com prazer, paixão e de maneira otimista. Pessoas agressivas e desacreditadas, não apenas na causa animais mas em todas as causas, geralmente não conseguem atingir seus objetivos na sociedade, pois não conseguem desenvolver o potencial necessário para valorizar a causa que defendem.
Tenha sempre a frente, e como referência, pessoas inseridas na causa e que desenvolvam um trabalho baseado na seriedade e, acima de tudo, idoneidade. Fuja dos falsos protetores, pessoas que estão inseridas na causa tentando tirar benefícios materiais ou prestígio. Acredite em você e em seus objetivos, arregace as mangas e faça, não tenha projetos alimentados apenas pela esperança, estabeleça objetivos e metas, faça você também a diferença. Pense qual a melhor forma de ajudar os animais, quais os seus pontos fortes, se você gostaria de trabalhar com resgates, com adoção, com maus tratos, com educação, contra exploração, etc. Acredite em você, e dê o seu melhor.
Abrace uma causa, qualquer causa, mas faça-o com responsabilidade e de coração aberto. Mude seus conceitos, abandone os preconceitos e faça a diferença.
Existem 3 tipos de pessoas:As que fazem acontecer, as que deixam acontecer e as que perguntam o que aconteceu? (John Richardson Jr)
Um comentário:
Acredito que equilíbrio e força de vontade são as características mais fundamentais para quem luta pela causa.
Pois as primeiras dificuldades já começam em casa apenas pela sua mudança de "dieta", postura e opinião em relação ao consumo de carne. Já faz um ano e meio desde que optei pelo vegetarianismo e ainda enfrento discussões em casa. Portando ter argumentos e uma boa opinião formada sobre o assunto é extremamente importante.
Certa vez estava assistindo ao programa Loggin, da TV Cultura onde, naquele dia, eles abriram a discussão sobre o consumo de carne. Em um momento uma das pessoas que defendia o vegetarianismo disse: O ser humano é nem se quer carnívoro, pois carnívoro é o animal que caça e come a carne fresca. O urubu é um animal carniceiro, que come a carne restante que foi caçada por um outro animal, portanto esta carne já não está fresca. O ser humano espera também que o outro mate o animal e só o come dias depois (carne na geladeira não é carne fresca), portanto o ser humano que come carne, é carniceiro.
Quando usei isso como argumento... Só faltava ser apedrejada.
Não é fácil lutar pela causa e como o texto diz, se dá aos poucos. A exploração animal não é uma causa tão evidente para as massas, que só vêem algo quando grupos jogam tinta no casaco de pele da Jenifer Lopes, ou quando o Fantástico fala do impacto ambiental da agropecuária, mas logo depois coloca um “especialista” dizendo que as pessoas não precisam sacrificar sua picanha do fim de semana, mas sim que os agropecuários procurem uma forma de trabalhar que cause menos impacto...
Alguns mais espertinhos que defendem o consumo de carne, relatam sobre a evolução humana, que começou realmente a se desenvolver, a partir do momento em que o humano passou a consumir carne.
Mas que tipo de humanos consumidores carne que encontramos atualmente? Os mais ignorantes em relação ao planeta, aos animais e ao ambiente. Isso é evolução?
Obs: Ta grande isso aqui (também... ta com um tom de desabafo).
e ainda tenho que enfrentar
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